quinta-feira, 29 de setembro de 2011

vamos lá. meninas estavam tentando me levar para o bar já tinha algum tempo. ontem me convenceram. eu respondi: ai. tá, eu vou. ai, porque, né, eu me conheço e previ as altas confusões com uma turminha da pesada. começo foi tudo bom. amiga chega com amigo gatinho. tudo muito bom. ri como se não houvesse amanhã. bebi como se não houvesse amanhã. as meninas me iludiram. disseram que era uma banda de pop rock. não era. era uma banda alternativa, tocando um ritmo aleatório. mas até aí morreu  neves. de bom humor, danço maracatu, baião, catira.

olha. eu nem me lembro exatamente de tudo. mas eu parecia estar num grande facebook, dando like e distribuindo coraçãozinho com as mãos. eu escutava gente gritando ju de todo lado. flertei como se não houvesse amanhã. não, mentira. flertar é pra gente fina elegante e sincera. eu estava fazendo dancinha sensual com dedinho na boca. grupinho aleatório: "faz o ombrinho, ju. o ombrinho, ju". não queiram saber.

ouvi de um menino aleatório: "você é inteligente e divertida. homem tem medo de mulher assim". só fiz carinha de cê jura? minha resposta imaginária: "moço, eu preferia ser bonita e burra e ter um namorado". mentira, só queria ser bonita e gostosa.

ouvi de uma menina: "você precisa ser recatada". R E C A T A D A. só fiz carinha de aff. eu queria mesmo era ter dito: "recato my ass. pega aqui no meu recato e balança, fia". mas não disse porque sou fina. mentira, nem sou.

ouvi de outro menino avulso: "boca-suja. minha mãe não gostaria de saber que eu estou conversando com você". ai, gente. respondi "vai si fudê", óbvio. 

tinha esse cara no bar que eu já beijei. dois meses atrás. ficamos juntos uma vez. uminha vez. e nessa vez o moço disse que meu cabelo era fantástico, que gostava da minha pele branquinha. ficou paquerando meu casaco de couro. porque ele estava acostumado a ver gente usando ~napa~. queria saber quantas línguas eu falo. porque a língua nativa dele é francês e ele fala inglês. provavelmente deve falar mandarim ou alemão, sei lá. eu respondi: "falo caipirês". preguiça de gente pedante. então ele disse que poderia gostar muito de mim. ênfase no muito. disse que teria um filho comigo (!). "imagina que linda a combinação das nossas cores". daí queria ir pra minha casa. eu disse não. queria que eu fosse pra casa dele. não, obrigada. aí disse que eu deveria ter algum ~problema~. ai, gato. desculpa, mas fez tudo errado. fugi, claro. ontem precisei olhar umas três vezes pra ter certeza. disse oi, dei beijinho porque eu sou simpática. mentira, dei beijo porque ele pegava minha cerveja.

daí gatinho me diz: "não te entendo". acho que ele estava se referindo ao meu comportamento bipolar, mas, sei lá, pode ter sido uma piada mal contada. apenas joguei o cabelo e virei as costas porque, né, só faltava escrever na minha testa pega eu. eu disse pra ele que não sabia lidar com homem que me faz rir. porque geralmente eu sou a ~divertida~ da história. acho que talvez ele não saiba lidar com menina que diz o que pensa, fala palavrão, entende as referências das piadas e responde no mesmo nível: euzinha. amiga disse que nós dois estávamos competindo. olha, gatinho perdeu por WO.

encontrei meu professor de defesa pessoal e o irmão dele com os amigos. não, primeiro encontrei o irmão e o amigo. não lembro como. eu disse qualquer coisa louca, provavelmente. e falei que lutava. curto muito dizer que luto, sendo que comecei há um mês. afofei o cabelo de um, apertei as bochechas de outro. me adiciona no facebook, gato. fumei cigarro com os meninos e bebi alguma coisa que eu não sei o que era. "cê tá muito loca, ju". gente que me chama de ju me ganha. sou facinha.

pedi desculpas. desculpa, pisei no seu pé. desculpa, esqueci seu nome. desculpa, mas vá à merda. desculpa, babei na sua calça. desculpa, esse post vai ficar enorme.

já no fim da noite, vi um homem enorme, dois metros. gato. cara de mal. ri sozinha, moço me olhou com cara de -q? eu disse: "nada não, moço. continua fazendo cara de mal e sendo lindo". moço riu, parou, me paquerou. meninas queriam ir embora. fui pra fila pagar conta. paguei um mico, mas não conto. daí to caixa e o carinha da banda faz beicinho e pede pra comprar cd. acho que eles se aproveitam das mocinhas levemente alteradas e desequilibradas. comprei cd de maracatu com o dinheiro do taxi. esqueci no carro, espero sinceramente não reaver.

então o grandão no fim da fila começa a me gritar. juuu, cadê você. juu, anda logo. virei pra trás e lindamente mandei se fuder. meu jeitinho. professor de defesa na fila, peço carona. choro. fim.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

seu melhor amigo diz "não vai dar certo". sua psicóloga diz "está fazendo errado". você sabe. no fim, você sempre sabe que vai ficar sozinha e vai sofrer. mas como faz pra avisar o coração? como parar de suar frio, tremer as pernas, gaguejar, sentir todas essas borboletas no estômago só de ficar perto dele? como diz pro coração: "moço, para de sentir"? alguém, por favor, me ensina. porque, olha, num guento mais não.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

então hoje eu fui pro treino de defesa pessoal e, estranhamente, não ganhei nenhum hematoma novo. mas recebi notícia nova. notícia ruim, na verdade. Caio disse que não pode mais dar aula neste semestre. porque tem aula demais, trabalha demais, ocupado demais. e eu fiquei triste demais. porque não se trata só de saber manejar uma faca ou um bastão. não é só aprender quais pontos atingir com um soco ou um chute. é sobre mim. sobre como descobrir essa força interior, como encontrar meu equilíbrio. como me defender de mim mesma. qualquer coisa que eu diga aqui seria insuficiente pra descrever o bem que esse curso me faz. o quão confiante e segura me faz sentir.

foi um dos melhores dias de taissô. eu fechei os olhos e elevei meu coração. estava tão absorta em mim, em limpar a mente, que não ouvi o barulho da obra lá fora. e, quando ele disse as palavrinhas na hora de acabar, foi como sair de um transe. era o melhor momento da semana. quando eu não pensava em nada. quando eu me sentia em paz. ele sugeriu que eu continuasse os treinos com outro professor, outra turma. mas aí eu teria que passar por tudo de novo. não, obrigada. estou um pouco cansada de recomeçar sempre. 

saí da aula e, no caminho pro terminal, parei num sebo. quatro anos morando aqui e eu nunca tinha entrado nesse sebo. porque eu julgo livro pela capa. gosto de livro novo, do cheiro. gosto de assinar, datar, carimbar. sentir a capa, folhear. de começar minha história com o livro. mas eu estava triste e achava que merecia um livro. e tinha esse, azul, que por acaso estava na minha lista. tem uma dedicatória da Lia pra mãe dela, de março de 2003:

pra você, mãe, pessoa mais plena que eu conheço!

eu comecei a ler no 337, voltando pra casa. a dona mãe da Lia marcou as passagens preferidas com uma caneta marca texto. isso me deixaria profundamente irritada. mas hoje não. apertei o livro contra o peito, como seu abraçasse Lia e a pessoa que ela ama muito. e eu me senti menos sozinha. 

li o livro pelos olhos da mãe da Lia. e pretendo dar pra minha mãe, que é a pessoa mais plena que eu conheço.

sábado, 24 de setembro de 2011

pessoa chama de querida, mas diz "se você fosse num salão especializado e reduzisse o VOLUME, seu cabelo ia ficar bom". eu queria dizer "fia, você vai ver o volume da minha mão na sua cara", mas só virei o pescocinho que nem Regina Duarte, ergui a sobrancelha e engoli um ~cê jura~. pessoa diz "você precisa ser mais otimista, ver o lado bom das coisas". sorri e levantei os ombrinhos, com as palminhas das mãos pra cima. mas queria dizer "lado bom foi não ter vindo ao mundo com a sua cara, bitch". pessoa diz "você precisa fazer exercício". você suspira e mostra a mão com um hematoma gigante, que um dia foi roxo e hoje tá verde e você acha que sua mão vai cair a qualquer instante, porque você foi pro taekwondo com muita ~vontade~ de lutar. mas pensa "eu ainda posso praticar uns chutes nessa sua cara, bitch". olha. eu acho muito engraçado isso. todo mundo sempre tem aquele conselho esperto. todo mundo sempre tem uma receita pra melhorar sua vida.

não posso nem reclamar mais. "to ficando velha" "imagina, ju, você ainda é muito nova". "to preocupada" "imagina, ju, você ainda tem muito tempo". não durmo direito, não consigo me concentrar, não consigo ler os textos. tudo é sempre "maagiiina, ju".

ai, gente. posso ficar preocupada? me deixa ficar deprimida em paz? hein?

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

eu disse aqui que não faria de novo. adivinha quem fiz perfil no feicebuque, de novo?
botei fotinha bonita, convidei família, amigos. postei no mural. mandei uma enxurrada de mensagens. já usei coraçãozinho. jurei não stalkear ex-namorado. 
vamos acompanhar quanto tempo vai durar. façam suas apostas.

spoiler: vou falar besteira. vou ficar triste e apagar mensagens. vou dizer mais do que deveria. vou ficar triste e deletar perfil. fim.

adivinha quem tenho conta no twitter? 
decidi que ia ficar anônima. falar no meu cantinho escuro. daí ganhei meu primeiro seguidor, fiquei feliz. não tenho amigos com quem conversar, fiquei triste. mudei @, achei amigo, fiquei feliz. falei besteira, fiquei triste, apaguei post. 

spoiler: vou ficar feliz > vou falar besteira > vou ficar triste > vou deletar conta > fim.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

você se desespera e acha que nunca na vida vai conseguir escrever. então marca reunião com a orientadora para dizer olha, estou perdida. sei nem por onde começar. e ela tem que dizer como fazer seu trabalho. está muito ~aéreo~, muito solto, diz ela. acho que eu disse, entre dentes, eu estou aérea. estou aqui preocupada em  comprar discos de vinil e bexiga neon. e nem sei mais por quê, já que nem gosto de comemorar aniversário. agora que eu estava me acostumando com os 30. estou aqui apaixonadinha pelo cara errado. de novo. uma história tão absurda que posso ver a cara dele de - que? posso ouvir a risada dele. eu sei, estou perdida. mas ouvir ela desenhando, traço por traço, passo-a-passo tudo o que devo fazer e marcando reunião para ~discutir o texto~. como prova oral. gente, quanta incompetência. e ela fala comigo como se fala com criança. como se dá notícia triste pra doente. como se fala com criança doente. cheia de dedos. porque ela sabe que eu sou desequilibrada. ela sabe que eu surto e choro. o mais puro constrangimento. vinte minutos. eu saio e tropeço na minha autoestima. e tenho que desviar da outra orientadora, porque não consegui fazer o que deveria ter feito. porque eu estou perdida, pra variar. quinze minutos remoendo, arrastando o que deveria ser minha vergonha na cara. até chegar em casa e ver que, ai, mandei mesmo aquele e-mail. gente, quanta estupidez. fico impressionada com tamanha maturidade. e você só queria dizer: gato, não tem regras. só me abraça quando eu estiver chorando. 

sábado, 17 de setembro de 2011

e tem aqueles dias tortos. aqueles dias em que tudo está fora de lugar. você queria preto, mas só tem amarelo. você pede ânimo, só tem frustração. você prefere rancor, só tem mágoa. até seu café tem gosto de mágoa. você veste a carapuça, mas precisa fazer a bainha porque entregaram o número errado. tudo veio errado. sua vida veio errada. e você não pode encaixotar todo esse desgosto e devolver para o remetente. não tem devolução de expectativas frustradas. não existe reembolso de chances perdidas. não tem SAC para insatisfação. 

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

eu finjo. continuo sorrindo e fazendo piada. mas estou suspirando profunda e dolorosamente, tentando ignorar esse aperto no peito. suspiro pausada e dolorosamente, tentando segurar as lágrimas. e acompanho os ponteiros do relógio, esperando as horas passarem, enquanto balanço a cabeça num sim e faço hum-hum, como se estivesse entendendo a diferença entre sentenças téticas e categóricas. eu vigio os ponteiros do relógio, enquanto, discretamente, coloco a mão no peito e massageio o V da morte, na tentativa de aliviar o aperto aqui dentro. eu conto os minutos pra poder chegar em casa e chorar na minha cama quente. e amanhã vai ser a mesma coisa. tudo sempre igual. e você não vai perceber porque eu finjo. finjo tão bem que eu quase chego a acreditar. até sentir o aperto. e os suspiros. de novo. 

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

eu ia até o consultório dela toda semana. sentava no sofá branco, do lado da caixa de lenços, e olhava a parede azul. e ela me fazia perguntas. e eu ficava irritada porque, imagina, ela não tinha esse direito. digo, de vasculhar e invadir minha alma daquele jeito. ela me fazia perguntas e eu chorava. porque tamanha dor não se  deixa pronunciar. mas ela não desistiu de mim. e, aos poucos, eu baixei a guarda. me desarmei. e, aos poucos, fui encontrando todas as respostas. um dia, queria falar sobre uma coisa que eu sentia, mas não entendia. então escrevi. e ela me disse: você está apaixonada. eu estava apaixonadinha pelo instrutor da academia e não sabia. não conseguia entender. foi a primeira das cartas. a primeira de uma centena de cartas amareladas, com uma letra trêmula, dobrada em três partes exatamente iguais. e eu nunca mais parei de escrever. um sem-fim de cartas que me rasgam, me despedaçam. aprendi que era mais fácil escrever. e percebi que todos esses estranhos sentimentos só se tornam reais quando escritos. ainda não entendo uma porção deles. e tem aquele que eu ainda não consigo nomear. mas esse eu já conheço. sei quando chega sorrateiramente e se instala num cantinho escuro, atrás de todo rancor e toda mágoa guardados com tanto cuidado. mas esse não dá pra esconder. porqueesse é o que me faz abandonar todas as fantasias rotas, que já não me cabem, mas que insistem em permanecer. esse é aquele que faz os dias mais coloridos. que me faz leve. hoje eu escrevi pra ela o que eu não sabia dizer anos atrás. hoje eu escrevi, soterrado em pensamentos tortos e ideias dispersas, discretamente, no fim da página: estou apaixonada. agora eu sei que é real. porque hoje, no momento em que eu deveria limpar a mente e o coração antes da luta, eu fechei os olhos e vi você.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

a professora do taekwondo pediu um atestado médico. pra ter certeza de que ninguém vai ter um ataque do coração e morrer no meio do treino. o prazo é semana que vem. eu tive de dizer pra menina Malu que eu preciso fazer um exame no fim do mês.
ela: mas não pediram exame pra ninguém, por que pra você?
eu: porque não tenho mais 18 anos, né.
tia Ju tem 30, menina Malu. mas eu queria dizer mesmo era: olha, tenho 30, mas não se engane. não espere de mim maturidade e equilíbrio emocional. não diga: isso tá feio, porque eu faço beicinho. não grita comigo porque eu choro. tenho 30, mas minha idade mental é 13. tenho 30, mas escrevo meu nome do ladinho do sobrenome dele, dentro de um coração.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

ele me perguntou sobre filmes. eu disse que preferia livros. e, no meu inglês ruim, fui listando livros em duas colunas imaginárias: gostei/não gostei. ele compra mais livro do que é capaz de ler, assim como eu. ele disse que tem caixas de livros guardadas porque sempre sonhou em ter uma biblioteca em casa, com estantes gigantes. como eu. ele faz listas de livro que gostaria de ler, eu faço listas de livros que gostaria de comprar. ele compra livros em sebos, eu gosto do cheirinho de livro novo. descobri que Cem anos de solidão, meu livro preferido, é um dos livros favoritos dele. e parti seu coração quando disse que achava Hemingway chato. quer dizer, o que eu li é chato. não gosto dessa coisa de um homem, um barco e um oceano inteiro. descobri que não sei nada de literatura brasileira, além de Machado de Assis, sua Capitu e seu autor defunto. alguns versinhos de Quintana e Drummond. e agora eu tenho uma longa lista de livros escritos por autores brasileiros contemporâneos. mas ele queria saber sobre os filmes. porque parece que ele quer se educar sobre o cinema nacional. sei tanto sobre cinema nacional quanto sei de literatura: quase nada. falei sobre o último filme que eu vi. uma versão tupiniquim de Catch me if you can. mas o longa não é tão bom quanto o documentário, que é fantástico. agora eu tenho uma lista de filmes. na verdade, a lista é antiga. hoje eu assisti um desses. e é meu favorito da vez. me lembrou muito de um filme de Peter Greenaway, The cook, the thief, his wife and her lover. a mesma relação entre comida, poder e sexo. e algumas cenas similares. esse tem uma fotografia belíssima, aquele tem humor. é isso: o filme brasileiro é leve, bem-humorado. acho que ele gostaria desse também. ele gostou de Cidade de Deus e queria ver Tropa de elite. o problema é que não tem legenda. e, amigo, não dá pra traduzir a linguagem desses filmes. toda a identidade de um povo na linguagem. e eu fico aqui me perguntando como alguém consegue viver num lugar sem saber a língua. claro, eu pre-ci-so aprender inglês. ele não precisa falar português. mas não se pode conhecer de verdade o lugar em que se mora e, especialmente, não se pode conhecer o povo e a sua cultura se não souber sua língua. eu só consigo pensar que ele não quer pertencer a este lugar. ele não pertence a este lugar. e eu confesso que é bem triste admitir isso. a mesma sensação de coração partido dele com a minha aversão à Hemingway.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

fazemos taissô antes do treino. uma ginástica rítmica japonesa, acompanhada de música. movimentos suaves e harmônicos, como uma forma de aquecer o corpo e limpar a mente. fazemos isso desde o início, há seis meses. mas hoje eu finalmente entendi. não é só uma ginástica. é um meio de entrar em contato com o seu interior. limpar as impurezas da superfície. sentir a placidez da superfície. descobrir sua força nas profundezas e trazer à tona. inundar o coração e a alma com essa força. e, renovada, buscar o equilíbrio. permitir o bom e afastar o ruim. equilíbrio de mente, alma e coração.

in-crí-vel o tanto que me senti renovada.

maravilhoso.

e, se acaso permanecer alguma impureza, a gente libera no kempo. na porrada, claro.

domingo, 4 de setembro de 2011

aí roupa nova me fala: deixa o amor entrar. que amor, gente? que amor? olha, eu aceitaria de bom grado esse amor que todo mundo canta. porque parece tão sublime e tão pleno que às vezes eu tenho pena de mim por nunca ter sentido isso. alguém até já tentou me oferecer esse amor. e eu não tinha resposta. quer dizer, eu tinha. eu tenho, mas não tenho coragem de dizer. porque eu teria de dizer: não, obrigada. porque eu teria de dizer: eu não mereço esse amor. não mereço seus versos e suspiros, sua prosa, sua entrega. porque eu teria de dizer: sinto muito, fui leviana. eu só estava de passagem. mas você se distraiu com os meus olhos de ressaca e pensou que poderia. eu teria de dizer: quero mais. e eu procuro não pensar muito sobre isso porque eu teria de dizer: eu não posso. eu não sou capaz. eu não sei amar. e isso seria triste demais pra quem espera.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

estava aqui ouvindo roupa nova (eu sei, eu sei). e tem essa música, falando sobre todas elas. e eles dizem que "pelos 30 anos elas sabem onde pisar/suas cabeças já estão no lugar/dão um jeito de fazer acontecer/e têm esperança". eu só queria saber se mulher de 30 é assim mesmo. porque ou eles estão muito errados ou eu não me encaixo nesse mundo. quer dizer, a parte da esperança confere, mas eu não sei nada sobre essa coisa aí da pessoa madura, centrada. já estou quase virando o placar, mas não faz muito tempo eu bem estava em crise com essa mulher de 30 aí. então resolvi ler Balzac porque, de repente, descobri que sou uma balzaquiana. não foi uma ideia muito boa essa. primeiro porque eu não sou uma mulher do século 19. depois porque eu estou muito longe de ser essa mulher que ele descreve. não tenho esses "atrativos irresistíveis" para o amor, essa mulher que "satisfaz tudo". eu só queria que vocês parassem de cantar a mulher de 30, sabe. porque, olha, eu não estou sabendo lidar com isso. sério, parem. me deixem ser só a Ju.  

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

hoje eu vi um anúncio delicioso. vovó Salomé faz "trabalhos e amarrações no amor" e pede "favor não confundir com certas aventureiras por aí vovó Salomé faz o que as outras só prometem (sic)". olha, vovó Salomé não é fácil, hein. os nomes de certas aventureiras devem estar costurados na boca do sapo hora dessas. 

daí eu estava no terminal esperando o 337. eu devia estar numa cara de desespero sem tamanho porque um tiozinho se aproximou, me perguntando: você está bem? precisa de ajuda? posso fazer alguma coisa por você? 
gente. pensei alto: nossa, devo estar com uma cara muito feia. não, obrigada, estou bem. sentei e esperei. dois minutos depois, tiozinho se aproxima de novo: com licença, vai me desculpar, se você me permite, sobre o comentário sobre o seu rosto, posso dizer, IRMÃ, que o seu é um dos róstos mais bonitos que eu já vi. 

gente. olha.

eu to muito boa, viu. doente mental e crente, na mesma semana.

noves fora, setembro começou muito bem, obrigada. que venha a minha temporada das flores.