terça-feira, 22 de novembro de 2011

vamos falar dos meus ~problemas amorosos~.

então eu fui numa baladinha sertaneja. e é aquela coisa, né. primeira vez no bar e eu já conheci todos os garçons, o barman, os seguranças, os amigos dos caras, os amigos dos amigos. de repente, era todo mundo bróder. de repente, mesa cheia de cerveja. de repente, veio tequila. veio vodka. veio caipirinha. de repente, eu estava dividindo cigarrinho com garçom. de repente, eu beijei um menino.

eu beijei um menino de 18 anos.

eu beijei um menino de 18 anos na frente do pai dele.

pois é. no dia seguinte, acordei do avesso e mais arrependida que Madalena. o dia inteiro é uma grande mancha cinza. daí à noite Patrick Swayze me chamou no chat e parece que ficamos de nos encontrar no bar. eu não fui. fui comer uma pizza com a amiga. já estava pronta pra dormir, com meu pijama rosa com coraçõezinhos. mas não aguentei. mandei mensagem pro moço. 'vem dormir comigo'. era uma pergunta e eu fui dormir sem resposta. 

mas ele veio. and i had the time of my life.

ele não disse palavra na despedida. 
ele me olhou e eu mal pude respirar. 
ele me abraçou e o mundo parou. 

e eu me perdi. 

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

deixa eu contar do meu feriado. eu tentei, juro. passei o final de semana inteiro dando bolo na amiga. no feriado, inclusive. desculpa da chuva. mas, de repente, eu percebi que estava rejeitando convite pra beber (!) e isso tava muito errado. não, não foi como aquela noite. mas tava delícia, tava gostoso. tinha samba, cerveja e gente bonita. em algum momento entre 1 caipirinha de vodka + 2 canudinhos e eu oferecendo colo pro garçom gato abrir seu coraçãozinho e contar seus problemas, chegaram os mocinhos. e eu logo perguntei como era essa coisa de sair em dupla, se tinha esse lance de escolher quem pega quem e tal. queria saber quem perdeu e tinha que ficar comigo. porque, claro, eu tenho sempre que dizer alguma coisa idiota. enfim. depois de uns croquetes e uma conversa edificante sobre signos e sinastria amorosa, eu fui dançar com o mocinho. gente, mocinho dança. de verdade. dança bem, digo. bom, acabei no cantinho da pegação. quatro anos frequentando o bar (mantendo uns longos intervalos de tempo entre um bafão e outro, óbvio) e ainda não tinha conhecido a ~parede~. vai saber quando acontece de novo, né... 

daí, pela primeira vez, eu saí antes de acabar e o povo começar a botar cadeira pra cima. saímos de cazalzinho, eu e mocinho, amiga e amigo do mocinho. mocinho queria levar a gente pro *clube do vinil*, mas não tinha certeza se a gente tava preparada pra isso. amigo, o *clube do vinil* é que não estava preparado pra mim. olha, honestamente, fiquei um pouco decepcionada, sabe. era um lugar obscuro, underground total, mas não tinha senha ultrasecreta na entrada, nem um carimbo exclusivo da confraria que só sai do pulso depois de dois dias e muita água sanitária. era uma casa velha, na verdade. tinha uma sala pequena, que fazia as vezes de salão. e NÃO TINHA VINIL. me senti um pouco ludibriada. não tinha vinil, só um dj com um notebook. imagina ~intervenção~ dos alunos da USP na ocupação da reitoria. a decoração era mais ou menos isso. mais um globo de espelho. e luzinhas coloridas. como era minha primeira vez, ganhei dose de pinga num potinho de papinha de neném. diz que eu joguei acquaplay. diz que eu cantei um gatinho que era amigo dos mocinhos. diz que eu fiz performance. diz que eu fiz dancinha sensual, com dedinho na boca e tal. mocinho me achou ~ousada~. 

olha, tinha essa coisa muito estranha - assustadora, na real - dele ser muito parecido com um primo da minha mãe que é alcoólatra e tem duas mulheres. mas, gente, o moço era um poço de gentileza. teve um momento em que ele não me deixou beber e me deu coca-cola, o que me faria mandar se fuder lindamente, mas eu tinha cafuné e beijo na boca, que é sempre um argumento super válido. e moço dançou Time of my life comigo. mocinho fez coreografia de Dirty Dancing comigo, com pulinho no final (!!1). tem como não amar? diz que foi um sucesso minha estreia no clube-do-vinil-que-não-tinha-vinil. 

daí fomos comer um podrão e tomar sorvete. e eu não fui pra casa sozinha. minha amiga ficou pra fora de casa e veio dormir comigo. rá.

olha, moço me adicionou no facebook às 5 e meia da manhã. não sei lidar com stalker. 

não sei, gente. vamos acompanhar.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

eu só queria achar uns artigos. mas encontrei todas as suas mensagens. e, de repente, tudo voltou. como se eu tivesse levado um soco no peito e me faltasse o ar. eu tento não pensar, finjo que esqueci. porque você me deixou ir embora. eu tinha esperança e você me deixou ir embora chorando. e agora tenho essa ferida aberta que não cicatriza. tenho de tomar meu coração partido nas mãos pra ele continuar pulsando, desejando que o tempo possa juntar as partes de novo. esperando que o tempo amenize a dor. porque você me deixou ir embora. e não sei se algum dia terei meu coração inteiro de novo. não sei se vou conseguir abrir meu coração de novo pra outra pessoa. porque você me deixou ir embora, chorando.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

sabe o que pega nesse negócio de fazer exercício físico a cada quinze dias? eu fico quebrada. ando igual pata choca. sinto todos os músculos do meu corpo, até aqueles que eu nem sabia que existiam. mas eu posso lidar com a dor. o problema é que isso já tá me irritando. Malu e a bosta do exame de faixa, digo. e não daquele jeito que o Caio tinha de me provocar e direcionar minha raiva pra luta. daquele jeito que acaba com euzinha mandando tudo à merda. e, olha, nem o dobok novo ajudou. eu achei que seria assim tipo Clark Kent e a cabine de telefone, sabe. achei que era só colocar a roupinha e pronto, nasce uma lutadora. nah. é até bonitinho, mas o negócio ficou enoooorme e é quente pra burro. adivinha quem quase desmaiou já no aquecimento. mas ok. já usei judogui, que era de um tecido grosso e ralava meus joelhos e cotovelos, posso aguentar dobok. não é essa a questão, na verdade. parece que eu sou a única que não sabe a porra dos nomes dos golpes. tá todo mundo fazendo bacat tchagi, eu to fazendo an tchagi. e eu sou a única perdida na merda do poomse. aí Malu me repreende o treino i-n-t-e-i-r-o e, olha, esse não é o jeito certo de me incentivar. é o caminho mais curto pra me fazer desistir. juro, saí quicando do treino. bufando. e o pior é que, se eu não quiser fazer o exame, tenho que justificar pra *equipe* no facebook. cê jura? vou dizer o que?

1- não quero constranger minha professora.
2 - não quero ME constranger.

nem fu-den-do. 

cabo a graça. cabo diversão. chega de hematomas e humilhação em público. semestre que vem vou fazer dança. samba, forró, flamenco, qualquer coisa (aqui vos fala a pessoa que começou a oficina de forró e desistiu. DUAS vezes). a menos que: meu mestre jedi Caio resolva dar aula de novo. prometo nunca mais chorar (e babar) no seu colo, gato.

e a minha vida acadêmica. não faltei nenhum compromisso, juro. fui pra aula hoje, mas honestamente, não faz diferença. por mais que eu consiga compreender o inglês da espanhola (bem melhor do que o alemão falando inglês com sotaque francês, por sinal), eu só consigo captar os 30 primeiros minutos. depois, meu botão do inglês desliga. mas essa é a última aula dela e o assunto não é importante pro meu trabalho. acho. semana que vem, teremos a louca que me fudeu a vida no estágio dois anos atrás e voltaremos a ser três alunas. TRÊS alunas. um sucesso de quorum. e eu achei que, finalmente, ia conseguir terminar a resenha do bendito artigo pra ~discutir~ com a orientadora. mas, opa, é novembro, só tenho um mês pra pensar no trabalho final da disciplina. vejamos. posso escolher entre quatro professoras: a) a espanhola - fora de cogitação; b) minha orientadora - não, né?; c) a louca do estágio - no fucking way; d) a pesquisadora que é a história viva da sintaxe por aqui. chuta.

vai ser lindo. vamos acompanhar. 

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

daí hoje o despertador tocou e eu, pra variar, resolvi dormir por mais uma hora. porque essa conversa toda de  fazer a Mafalda e arregaçar as mangas e empurrar minha vida pra frente me deixou meio apavorada, sabe. eu tive uma noite de sono ruim, então resolvi dormir mais um pouco. não sei bem, acho que eu sonhei que eu estava atrasada pro treino e fiquei naquela de vou-não-vou. gente, não dá tempo. mas preciso pegar meu dobok. Malu vai brigar comigo. não sei se cheguei a levantar, tirar o pijama e ir pro banho. acordei meio-dia, com um pedreiro fazendo conserto na casa da vizinha e com uma furadeira envolvida no processo. pensei: fudeu. resolvo organizar minha vida e, no primeiro dia, perco compromisso. foi quando eu percebi que opa, hoje é segunda, só tenho treino amanhã. ainda tenho esperança. vou pro laboratório a tarde, encontrar a colega e conversar sobre o projeto. finalmente terminar de ler (e entender) aquele artigo. mas antes, fui checar e-mails. dia da defesa do pupilo da minha orientadora. pronto, fudeu. sem chance de chegar na hora. e, na real, nunca que eu ia pra encontrar todo aquele povo - incluindo minha orientadora. faltei, de novo. 

eu sei, sou um sucesso.

domingo, 6 de novembro de 2011

hoje eu meio que tomei um choque, sabe. fui checar meus e-mails logo de manhã e vi que tinha uma mensagem de um primo no facebook. olha, semana passada eu quis muito deletar meu perfil porque eu cansei. mas parece que grupo no gmail é coisa do passado, a moda agora é curtir página no facebook. e daí que eu to no grupo do taekwondo e preciso saber das notícias. na verdade, to aqui tentando me lembrar porque eu entrei nessa. bom, com certeza não foi pra ser ~atleta~ e, definitivamente, não foi pra lutar. eu sei, não tem coerência. eu não sou coerente. eu sei, já desviei do assunto, mas vou terminar. parece que agora eu faço parte de uma *equipe* e tenho que assumir *responsabilidades* para *colaborar* com meus colegas. Malu quer que eu faça o exame de faixa e eu disse: 'Malu, não to preparada'. daí ela disse: 'magina, ju. você tá preparada sim. até já comprou dobok'. ai, gente. esse não é um argumento válido. eu já comprei uma mochila imensa porque resolvi viajar por 1 mês. claro que eu nunca fui e claro que nunca usei a mochila. e eu poderia fazer um inventário de todas as coisas ~urgentes~ e ~necessárias~ que eu comprei e nunca usei. mas to com preguiça e acho que já deu pra entender. o fato é que: eu não consigo assumir responsabilidade nem comigo mesma, imagina com uma equipe. eu não luto, gente. na última aula, teve confronto todos vs. todos e eu tive que lutar com um menino e, cada vez, que ele soltava um grito eu dava um pulo pra trás, t r e m e n d o inteira. vamos encarar o fato de que: eu não consigo lutar. posso decorar um monte de expressões em coreano e posso fazer demonstrações, mas eu.não.luto. eu tenho crise de riso. eu r-i-o. então eu não consigo ver o objetivo de mudar de faixa, sabe. e, claro, tem o fato de Malu ter gritado na frente de todo mundo, que também me faz questionar minha vontade de continuar. sim, eu sou madura nesse nível. 

mas nem era isso que eu queria falar. hoje de manhã tinha essa mensagem do meu primo. alguém de quem eu jamais, nunca, em tempo algum, esperaria. uma mensagem falando de orgulho em caixa alta. ORGULHO. de amor, admiração, carinho. isso me afetou dum tanto. porque eu não tenho sido uma pessoa de quem se possa ter orgulho. minha única ocupação aqui é estudar. ganho pra isso. e a única coisa que eu tenho feito é procrastinar. protelar. fugir. eu só tenho uma aula na semana. UMA. e essa semana eu faltei. era uma reposição, num dia de taekwondo. disse pra Malu que eu faltaria no treino - de novo - pra ir na aula. eu poderia dar a desculpa de que esqueci. que não ouvi o despertador tocar por DUAS vezes. que eu estava com enxaqueca - minha desculpa favorita. mas enfim, era só eu sendo eu. também faltei numa reunião com uma colega, pra explicar o trabalho sobre o projeto, a pedido da minha orientadora. eu faltei. daí você me pergunta o que eu tenho feito. nos últimos dias, eu fiz uma maratona de gossip girl. do piloto ao último episódio da quinta temporada. porque eu tenho uma certa compulsão. PRECISO terminar de ver tudo. como preciso comer a última bolacha do pacote. não, eu não me orgulho. eu não sai de casa. não faço o mínimo. não troco roupa de cama. não limpo casa. às vezes, não penteio o cabelo, não troco de roupa, não tomo banho. não, não me orgulho disso. mas, finalmente, hoje de manhã eu percebi. não quero mais fingir. não quero mais ter que responder pro meu pai que tá tudo bem, tudo ~indo~, quando ele me pergunta sobre o projeto. porque ele me pergunta toda.a.santa.vez. eu respiro fundo e minto. me segurando pra não chorar. e eu cansei. por causa de alguém que me disse ter orgulho de mim. cansei de não me sentir digna desse sentimento. tá na hora de limpar minha sujeira.

me lembro de um quadrinho da Mafalda arregaçando as mangas, pronta pra empurrar o mundo pra frente. essa sou eu, arregaçando as minhas mangas. 

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

e o que você faz? corta o cabelo, compra roupa nova, viaja. você disfarça. você se engana. porque, todos sabemos, não importa onde você esteja, ainda será você, com todas as dores. e voltar será ainda mais difícil porque você vai se lembrar do quão covarde é por fugir. e não há prova maior de que eu estou fugindo do que essa dificuldade em escrever. eu sei bem. estou evitando o confronto. estou congelada. eu pensei que seria bem mais fácil agora, mas eu só vejo aumentar a pilha de artigos e teses que eu devo ler. estou adiando todos os encontros com a orientadora porque eu não tenho nada. não sei por onde começar. e, como ela sabe, deveria ir pro laboratório todos os dias. o que eu não estou fazendo, óbvio. porque, olha, não é só o problema de ter que ~interagir~ com aquelas pessoas. todos aqueles porquês e comos e quandos. o pedante que quer substituir Chomsky. a bitch que quer o meu lugar no lab, minha bolsa, minha orientadora. aquela que me diz que sou egoísta e egocêntrica porque não quero morar numa rep com o pessu da facul (se bem que, exatamente agora, eu poderia considerar essa opção porque não aguento mais festa até 7 da manhã finais de semana e feriados. não aguento viver num lugar com adolescentes histéricas que não me deixam pensar. e gente deselegante que não limpa o filtro da máquina. enfim). a questão é esse sentimento de não pertencer. isso de me sentir tão pequena. de achar que as coisas são sempre tão mais difíceis pra mim. de ter que conviver com gente que, além de bonita, é inteligente e gosta de esfregar os A's e os projetos e os contatos na minha cara. acho mesmo que deve ter algum problema comigo. minha psicóloga tentou me convencer que não, imagina ju, as pessoas que se aproximam de você é que têm problemas. a paranoica, a narcisista insegura, aquela que tem mania de perseguição. mas, vejam, se estas pessoas se aproximam de mim é porque, de alguma forma, se identificam. e eu fico aqui me perguntando por que tenho sempre que me desculpar por aquilo que eu sou. eu disse pra ele que estava cansada de me desculpar, mas que poderia fazer isso mais uma vez. eu me desculpei por ser quem eu sou. de novo. não sou uma pessoa ruim, sabe. então eu fico me perguntando o porquê. o que é esse sentimento que me faz tão amargurada que eu preciso me desculpar por existir. 

talvez seja o que me falta.