e eu voltei. tava bem curtindo um regime de engorda na casa de mamãe, mas tive de voltar pra escola de verão. daí eu cheguei e, nossinhora, minha casa tava um lixo. tentei me lembrar que furacão foi esse que passou por aqui porque só isso explicaria. e, bem, não foi um furacão, era só eu beuba (não tem muita diferença, na verdade). última semana do semestre e eu precisa entregar trabalho final. nessas épocas, eu vivo em frente do computador. só lavo louça porque eu moro sozinha e só tenho 1 par de copos,1 par de pratos etc etc (só não tenho par na vida), então eu sou obrigada a lavar louça. daí eu termino e envio o artigo no último dia, na véspera de viajar, e faço o que? vou pro boteco, óbvio. fui pro meu barzinho favorito com amiga e manezinhos que eu conheci na semana anterior, em outro bar. quando eu encontrei Patrick Swayze e ele me fez o favor de informar que o lance *partida de futebol* foi um ~prêmio de consolação~, do tipo 'você não serve pra mim, mas olha como eu sou generoso'. porque dormir comigo foi um erro e ele já fez um bem pra humanidade de cuidar da ex depressiva e não queria outra desequilibrada na vida dele. enfim. conheci manezinho 1 na fila do caixa, xingando muito. e já me perdi aqui.
ah. fomos pro barzinho e eu bebi o dinheiro do presente dos afilhados. não contente com isso, fomos pro *clube do vinil*. amiga contando o drama do seu relacionamento com colombiano para o mágico, que um dia deu uma de cigano e resolveu ler minha mão. e ele estava indo bem, até dizer que 'na parte sexual, eu sou 97% depilada'. né. daí eu tou bem louca na pista, dançando madonna com manezinhos, quando chega veia hippie e cochicha no ouvidinho de manezinho 1. a gente se cutucando, ~tá namoran-do, tá namoran-do~. daí eu vou pro bar pegar birita e encontro veia hippie revoltadíssima, se queixando com o sócio e toda a velha guarda do clube de que tinha sofrido ''''''''''preconceito'''''''''' da parte de manezinho 1 por sua idade e pela roupa que estava vestindo. não vou falar do rebosteio que deu, mas eu tava lá defendendo mocinho e ouvindo sermão do sócio. do tipo 'clube do vinil não tem lugar pra preconceito'. olha.
corta pra euzinha chorando na fila do banheiro, abraçada num tiozinho que era a cara do meu avô. corta pra tiozinho chorando porque a verba do projeto foi cortada e milhões de criancinhas da áfrica vão morrer. corta pra tiozinho tentando me beijar. corta pra manezinho 1 tentando me beijar. corta pra eu dando mole pra manezinho 2. e manezinho 2 com cara de paisagem porque não queria furar o olho de manezinho 1.
(eu não sei se vocês já notaram, mas eu vivo uma eterna quadrilha drummondiana. eu sou sempre a fia que fica pra tia. forever alone.)
enfim. depois de uns potes de sorvete e muito choro, cheguei em casa às 6h da manhã. perdi o brinco e o resto da dignidade. e passei o dia estragada. isso deve explicar o fuzuê que eu deixei a casa.
daí eu chego e vou pro boteco. o favorito. aquele que ser gatinho é requisito básico pra ser garçom. e a coisa tá meio estranha com Julio Rocha depois que rolou um bilhete no guardanapo sem resposta. eu não falo com ele e ele não fala comigo. mas né, ainda tem outros garçons. e barman tá me dando um mole nervoso. assim, ele não é tão gatinho quanto Julio Rocha, mas eu sou facinha e tou carente.
spoiler: vou pegar o barman e a minha presença no bar vai se tornar constrangedora e insustentável. vou quebrar meu boteco favorito. vai vendo.