eu ainda estou no mimimi casamento do meu primo. não é recalque, juro. só estava aqui me lembrando de uma carta. porque eu sou a rainha das cartinhas cafonas. e a gente trocou muita cartinha a vida toda. e, em algumas delas, ele desenhava. porque ele tem talento pra essas coisas. uma vez, ele fez uma caricatura minha. daí aconteceu. e, antes dele viajar pro estrangeiro, eu enviei a última. e, puta merda, que coisa cafona. tipo 'eu te amo blablabla vou ser sempre sua blablabla'. (só pra constar: estou escrevendo embaixo da mesa, de vergonha.) e acho que escrevi pior. daí ele viajou, mudou, casou. e essa carta tá perdida por aí. eu fiquei pensando em tantas outras cartas perdidas. como as que eu escrevia para o meu tio-avô, que eu adotei como avô. e eu falava de muita coisa. da relação com minha família, das minhas questões com o deus dele. da doença. e sempre tive respostas carinhosas, em papel datilografado. eu contei do meu namoradinho na época. que eu queria fugir, casar e ter uns barrigudinhos. daí namorado se mudou pro umbigo do mato grosso, pra morar com o pai. pro fim do mundo onde o pai dele, que era prefeito de uma cidadezinha, se escondeu depois de limpar os cofres públicos. daí esse tio-avô foi morar na minha cidade. e no início foi tudo lindo. mas o negócio desandou, nem sei ao certo. acho que uma desinteligência com o genro bêbado. e ele se afastou. ano novo, quando ele apareceu, eu disse que a gente precisava ter uma conversa séria. e aí ele só me lembrou: 'olha, tenho suas cartas'. meu avô postiço me chantageando.
e é por isso que eu não escrevo mais carta. agora só mando link do blog.
é. eu não aprendo.