segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

sobre o ano que termina: do que me lembro, chorei. faltei. falhei. chorei. adiei, desisti e, no fim, chorei. menti. falhei de novo e chorei. não escrevi, não produzi, não viajei. não amei. e, de novo, não espero nada do que há de vir.

sábado, 28 de dezembro de 2013

a verdade é essa: eu vou envelhecer e morrer sozinha. vou ser a veia louca dos gatos, sem a parte dos gatos. vou morrer com a cara enfiada num prato de sopa, em frente da tv, e só vão descobrir dias depois quando meu corpo começar a feder.

eu não dei certo nessa vida. a verdade é essa.

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

tava lendo um livro e o mocinho tinha um cd do ben harper na mochila. me lembrei do seu espanto por eu não conhecer ben harper. e eu me lembrei das suas mãos. e tive saudades de tudo o que poderia ter sido.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

to me virando do avesso só de pensar em passar a noite de natal cos parente tudo, fingindo não lembrar das merdas do ano inteiro e fazendo cara de contente. toco brotoeja só de imaginar.

domingo, 22 de dezembro de 2013

meu sobrinho me diz: "acho que minha vó não gosta mais de mim". e eu quebro inteira. quero botar os pequenos numa bolha, pra ter certeza de que eles só receberão amor nessa vida. só amor.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

eu sou uma fraude. cês já sabem, mas acho bom deixar claro pra algum desavisado: eu sou uma fraude.

(dia de entregar relatório e atualizar lattes e contabilizar os fracassos etc.)

domingo, 8 de dezembro de 2013

vou escrever no relatório de atividades da pós-graduação: "não atingi os objetivos do semestre porque eu surtei. s-u-r-t-e-i.".

história da minha vida. puta merda.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

18 anos e eu sonhava com um fiat 147. prata. que se chamaria alfredo.
30 e poucos e meu sonho de consumo é uma máquina de lavar. que vai ser vermelha e vai ficar num canto especial da casa e eu vou levar as visitas pra conhecer.

sábado, 23 de novembro de 2013

eu fui roubada. copiaram a minha senha da internet, ou sei lá, não entendo sascoisa. só sei que RAPELARAM minha conta. fui no banco aqui, fui na minha agência lá, esperei, perderam o processo. depois de 3 meses, 15 ligações e 147 emails, finalmente, o banco devolveu meu dinheiro. to rica. fugirei. adeus.

(nah, gastarei tudo em livro, cês sabem.)

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

chegaram aqui procurando por *xerequinhas*.

eu já perdi a dignidade nesse blog faz tempo, vamos admitir.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

momento fofura: meu afilhado beijando a cicatriz da queimadura na minha perna ~pra sarar~.
(todos entorta a cabecinha e faz oinnnnnnn.)

***

momento desapego: deixar ir aquela pessoa (que, na real, nunca esteve). 
OU: tá na hora de desencanar daquele carinha que você encontrou 2 anos atrás e que era seu número e que você ficou esperando e fazendo planos infalíveis pra reencontrar e ele. nem. faz. ideia.

*suspiro*

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

e ela chora baixinho, à noite, para não ser ouvida. 
e se esgueira pelos corredores para não ser vista. 
abafa o riso, engole verdades, sussurra desculpas. 
e vai deslizando pela vida, na ponta dos pés, para não ser percebida.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

essa sucessão de desculpas inventadas e dores fingidas que chamam de vida.

domingo, 13 de outubro de 2013

eu tenho uma certa preguiça de engenheiros do hawaii. acho que tem alguma coisa a ver com meu primo, aquele. antes de viajar pra londres, ele gravou um cd pra mim, com uma dedicatória bonitinha, me chamando de ~meu anjo~ e tal. ouvi esse cd por noites a fio, sofrendinho. enfim, peguei nojinho do gessinger. daí hoje eu acordei às 4 e meia da manhã com um casal cantando. o moço do apartamento de cima, acho. em outros tempos eu ficaria puta, mas, cês lembram, eu to medicada. o fato é que eu achei a música bonitinha e guardei o refrão pra googlar depois. acabei de descobrir:


e eu to achando uma fofurice essa garota. e nem achei tão ruim ser acordada de madrugada. quer dizer, depois eles continuaram ouvindo e cantando engenheiros e daí eu quis esfregar cocô na porta deles.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

meu irmão se casou. e de toda a emoção e alegria, de todo pequeno gesto de imenso amor, o que me sobrou foi essa sensação terrível de estar só. eu nunca fui tão sozinha.

***

fico me perguntando quanto tempo mais eu ainda vou me punir, quantas vezes mais eu vou precisar chafurdar na merda pra me sentir limpa, viva. quanto sofrimento ainda me cabe?

***

eu tenho um psiquiatra, entre idas e vindas, há quase dez anos. foi ele quem me tratou da depressão e do transtorno de ansiedade. e de todas as recaídas. da última vez, ele disse pra minha mãe que meu problema era “angústia da separação”. ele interpretou essa constante sensação de inadequação, de não pertencimento como uma dificuldade de estar longe dos meus pais, saudade de casa, da minha cidade, enfim. e tentou me tranquilizar dizendo que logo eu voltaria pra casa, com dois títulos e tudo ficaria bem. ele não poderia estar mais errado, mas eu não argumentei porque, não sei bem, acho que por cansaço. só queria as minhas receitas e o esquema com canetas coloridas. deixei ele pensar que me descobriu.


eu tenho uma psicóloga, entre idas e vindas, há quase dez anos. foi ela quem esteve comigo quando eu tive uma depressão profunda e uma crise de ansiedade. foi ela quem esteve comigo em todas as recaídas. é sempre ela quem me acode quando, num desses raros momentos em que eu cosigo encarar a realidade, eu me desespero e perco o controle. como quando eu finalmente percebi que o remédio não me tiraria da minha letargia e resolveria todos os meus problemas. da última vez, ela me disse, depois de me olhar daquele jeito que me revela mais do que eu gostaria e poderia, que eu estava sozinha. sobre o sentimento de não pertencer a este mundo, ela me disse que todos estes, tão superiores, tão cheios de si, um dia ‘cairiam’ e perceberiam que somos todos da mesma matéria. e que eu não precisaria sofrer esta queda porque eu sou diferente. o que eu não consegui dizer é que, na verdade, eu já caí. e o fato é que eu não consegui me levantar. eu não consegui encontrar o caminho de volta. e se ela não puder me trazer de volta, ninguém mais pode.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

minha última compra na livraria cultura: 03 livros.
to calma, to equilibrada.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

domingo, 29 de setembro de 2013

sábado, 28 de setembro de 2013

oi?
a tia teve uma crise, mas já tá tudo bem. 
to tomando meu remedinho. to boa, to calma.

***

cês lembram de uma historinha que eu contei sobre o meu vizinho? menino bateu na minha porta, se contorcendo de dor e a mãe no celular, pedindo pra eu acompanhar ele no hospital. eu disse que o problema era gases, que um luftal resolvia. chamei de menino-peidão ou qualquer coisa assim.

pois bem. minha mãe sempre diz: "o castigo sempre vem a cavalo" (ela também sempre diz: "não cospe pra cima que cai na testa". acho que também se aplica aqui.). algum tempo atrás, fui fazer um check up. meu colesterol tava muito alto e a médica me passou um remedinho. principal efeito colateral do remédio: F L A T U L Ê N C I A.

minha mãe diria: bem feito.

terça-feira, 18 de junho de 2013

daí que eu tava muito injuriada com o meu cabelo e meti a tesoura. ficou uma bosta. quero morrer. fim.

update 3:33
mandei sms pro meu pai com uma foto e a mensagem aí de cima. minha mãe ficou preocupada e acabou de me ligar. disse que tá melhor que a foto da minha carteirinha de estudante e mandou eu "caçar serviço". fim.

update 4:39
to vendo umas ponta maior que as outra. vou dizer que fiz um corte assimétrico (e vou jogar a tesoura fora). (mas ainda quero morrer.) fim. 

segunda-feira, 10 de junho de 2013

eu sou tão boa em fazer merda. minha capacidade de esmerdalhar tudo é tamanha que, mesmo quando eu consigo a façanha de manter os pés fora do rebosteio, o cheiro da merda fica impregnado em mim. eu to de parabéns.

sábado, 8 de junho de 2013

sabe quando você ama demais uma pessoa, mas deixa de gostar dela?
pois é.

:~

sábado, 25 de maio de 2013

mas adivinha quem cabô de gastar os tufos na livraria cultura?????

puta merda, gente. me interdita.

sábado, 27 de abril de 2013

queria só me agarrar com um pote de sorvete quando eu to deprimida. mas não, eu compro livro. nas últimas duas semanas, comprei 24 livros. calculem o tamanho da mágoa. (e da fatura do cartão de crédito.)

domingo, 14 de abril de 2013

meu irmão vai se casar. eles compraram uma casa e estão mobiliando. mês passado eu recebi um sms com a foto da sala. depois, uma foto do quarto. o último sms que eu recebi foi da cozinha pronta. daí eu soube que minha cunhada tinha levado uns livros da coleção do meu pai pra botar na mesinha do centro. falei pra ela devolver os exemplares mofados do meu pai que eu compraria uns livros bonitos pra ela ~enfeitar~ a sala. daí eu comprei uns bem bonitos de fotografia. e resolvi comprar uns livros de arte. comprei warhol, com suas latas de sopa de tomate. degas e suas bailarinas. daí comprei botero, que tem isso:


e isso:



e isso:

daí resolvi comprar um livro do rodin. que tem "o beijo", "o pensador" e mais isso:


e isso:


e outras semelhantes a essa, acompanhadas das fotos dos seus respectivos modelos. vivos. pelados. e desenhos belíssimos como esse:



não vamos discutir arte. vamos falar sobre todos esses pirus e essas xerequinhas na sala da minha cunhada. 

quarta-feira, 10 de abril de 2013

eu fico escrevendo sasbosta e depois acho estranho os resultados do google analytics. campeão de acessos no blog: *fudendo gostoso*. quem dera, gente.

quem.

me.

dera.

sábado, 6 de abril de 2013

eu tava orgulhosa de mim por ter ido pro estágio às 8h da manhã, debaixo de um pé d'água, cos pé tudo molhado. depois de passar a madrugada fazendo exercício e preparando prova e desenhando árvore até às 5h. tava tão orgulhosa de mim. até dormir e esquecer a reunião com a orientadora. 

*fuen*

(eu só quero saber pra que diabos tem um monitor se eu tenho que fazer as porra tudo, sabe.)

(meu módulo começa daqui duas semanas. professora perguntou se eu vou fazer ~slides~. queria ter dito que eu aprendi sintaxe com giz e cuspe e que esse negócio de levar árvore em .ppt é muito preguiçoso. mas não achei de bom tom.)

quarta-feira, 3 de abril de 2013

botei aparelho nos dentes, de novo. que coisa maravilhosa, gente. não tá cabendo em mim tanta alegria. to felizona.

***

meu irmão viu a cicatriz da queimadura na minha perna e disse que eu fiquei ~deformada~. sutileza é uma coisa da família, percebam.

***

tive que ir na farmácia comprar hipoglós. isso mesmo, toco uma assadura na bunda. que fase gloriosa, gente.

sexta-feira, 29 de março de 2013

hoje eu te disse que te amo, pela primeira vez. você chegou, com os cabelos espetados e um sorriso enorme, me abraçou, correu pros seus brinquedos. então eu sentei, te puxei e te coloquei entre os meus joelhos, pra você me olhar nos olhos. então te perguntei da bateria. a bateria que eu te dei e você quebrou, deliberadamente. você segurava uma caixinha de chiclete e tentava me calar com ela. mas eu disse. que eu guardei dinheiro por muito tempo pra te dar aquela bateria vermelha, com luzinhas piscantes. que eu comprei aquela bateria com todo carinho e você jogou no chão. que eu fiquei muito chateada e não te compraria mais nenhum presente. você dizia qualquer coisa que eu não entendia e balançava a cabeça num não insistente. mas eu sei que você me ouviu. e você se jogou no tapete, escondendo o rosto. então eu percebi. eu te dei o recado errado. em todo o meu egoísmo, eu estava dizendo que o meu gesto era mais importante que toda a genuína alegria da sua descoberta. e eu me quebrei inteira. te botei no meu colo, com o rosto no meu peito, como quando você era um bebê. e eu te disse que não importa. madrinha te ama. mas você ainda estava sentido e fugiu de mim. e isso me doeu tanto. levou algum tempo pra você deixar eu me aproximar de novo. você deu comida pros peixes e eu tentei te dizer que "u" não era um nome legal pro dourado. e você me contou da escolinha e me deixou desenhar no seu caderno, com seu lápis multicolorido. e me deixou fazer todas aquelas pequenas coisas, feitas do mais puro e impronunciável amor. até você dormir no meu colo. acho que você se esqueceu que hoje eu te magoei. e eu espero que tenha esquecido que hoje te disse eu te amo. 

terça-feira, 26 de março de 2013

eu to naquele momento da vida acadêmica que a água começa a bater na bunda e a gente tem de aprender a nadar. eu preciso parir uma tese. eu preciso parir uma tese que dê conta de tudo que já foi dito sobre meu objeto de estudo e que seja algo novo, mais amplo. quer dizer, preciso reinventar a roda. e aí eu me lembrei do que uma amiga postou no facebook um tempo atrás. ela dizia que a melhor metáfora pro processo de escrita não é parir, mas *defecar*. isso mesmo, cagar. acho que ela falou alguma coisa sobre a pressão do antes e o alívio do depois, não sei bem. tava escondida embaixo da mesa, de tanta vergonha. mas, né, acho que no meu caso se aplica muito bem. vai ser uma grande bosta.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

estava eu no ônibus, voltando pra casa, toda desconstruída. na terceira das 157 paradas, senta um moço do meu lado. moço bonito, jogando beijo na ponta dos dedos e 'te amo's mudos da janela pra namorada. daí que braço do moço bonito roçou no meu e eu. arrepiei. toda. arrepiar, do verbo 'eriçar os cabelo tudo'. senti calores, sabe? passei o resto da viagem pregada na janela, só por precaução. vejam vocês, até pouco tempo atrás, eu bulinava meninos avulsos no buteco. agora, sinto fricotes de velha virgem com moço respirando do meu lado. que fase.

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peguei o ônibus pra casa, sentei e chorei. eu, agarrada com a mala, sacolejando, chorando e ouvindo a música do roberto carlos na cabeça. esse cara sou eu esse cara sou eu esse cara sou eu esse cara sou eu esse cara sou esse cara sou eu esse cara sou eu. durante uma hora. desconfio que chorei por causa dessa tortura.

***

última noite em casa, lá, e tiago dormiu comigo. li uns livrinhos antes de dormir e tive que explicar por que a lua era amarela e não branca. por que o anjo roubou um coração. por que o grande urso esfomeado não apareceu. e o sono não apareceu. contamos carneirinhos. 40. 19. mais 5, tia. e, de repente, estava eu olhando tiago dormir e não conseguia pensar em nada mais bonito. e agora sou eu sozinha, contando carneirinhos até às 5 da manhã.

o tempo não torna mais fácil. nunca vou me acostumar.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

minha mãe me liga porque tiago quer falar comigo:

- oooooi, tiiiaaaa

PLOFT morri.

(tiago tá contando: 5 dias, 5 dedinhos. muito amor.)

domingo, 27 de janeiro de 2013

pode alguém se compadecer tanto por um mundo torto e, no meio de todo esse sofrimento alheio, descobrir que a dor é sua? que ainda se importa e sangra? porque é bem assim que eu me sinto. toda a dor do mundo no meu peito. 

e eu só queria estar em casa.