quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

a gente tem tanta pressa pra apontar o dedo e julgar e vomitar ~opiniões~ que esquece de checar se é alho ou bugalho.
*suspiro*

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

que preguiça dessa vida. tanta preguiça que. caí na besteira de falar isso pra minha mãe e ela "aff a vida é curta". mas ainda bem que é curta. e eu espero já ter vivido 2/3 da minha. porque, assim, qual é o ponto? no natal, meu sobrinho veio com "se era pra ficar sentada, pra que que veio??". e é isso. todo dia é um natal que eu tenho que comparecer e fazer cara de contente. pra quê?

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

na próxima temporada: juliana desempregada, sem dinheiro e sem remédio.
você não pode deixar de perder.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

tava aqui fazendo meu papel de trouxa na vida e lembrei de quando chamei um Otto de *otário*. e lembrança é tipo um jogo de ligue os pontinhos, né. um homenzinho de merda puxa um vexame que vem com todos os momentos embaraçosos dos últimos 20 anos. e, de repente, você tá chorando copiosamente no carnaval de 1997. e trancada no banheiro da escola, sem short, em 1990. e tem 9 anos e tá sendo assediada na rua de novo. ah!, a memória, essa fanfarrona.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

eu to tão na merda. e to tão tão cansada de falar que
pff

mas quem se importa etc.

sábado, 17 de outubro de 2015

alguém me disse que empregos vão e vêm, mas amigos ficam. "são cumulativos". no meu caso, os amigos vão e ficam as mágoas. todos eles passam. ou eu passo por eles, não sei. cumulativo aqui só rancor.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

duas semanas atrás, um colega me disse que "fracasso é quando acaba e não deu certo". eu separo meus colegas em gênios e esforçados. ele é do tipo gênio esforçado, então vale muito o que ele diz. e fez sentido, na hora. mas agora eu to aqui há quatro horas de pegar o avião pra voltar e não fiz a única coisa que deveria ter feito. quer dizer, eu tinha 137 coisas pra fazer, mas o essencial era terminar o capítulo. e eu não consegui. eu estou há 4 dias presa na frente do computador e não consegui terminar a bosta do capítulo. como faz pra não se sentir fracassada? ok, não acabou. eu ainda tenho 1 mês pra escrever mais 3 capítulos, hahaha. pode ser que eu esteja surtando um pouco. talvez eu queira morrer. porque vou ter que ouvir as mesmas coisas de novo. eu não consigo ver um fim nisso. eu to tão cansada. e tão sozinha. daí eu achei que tinha encontrado um paquerinha, mas parece que só eu tava paquerando. talvez não, mas eu fiz questão de estragar tudo. eu mostro todo o meu desequilíbrio logo porque, né. daí o cara some e eu posso dizer: eu sabia. acho que eu não fui feita pra ser gostada. ou talvez eu queria tanto ser gostada, talvez eu esteja tão desespera por gostar que acabo sufocando. e eu me humilho, rastejo por migalha de atenção etc. e acabo sozinha. pra variar. não sei, to cansada.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

aquele momento em que o terapeuta te esfrega verdades na tua cara. to há dias tentando absorver o último golpe. "você deixa as pessoas serem como elas são?" puta merda. eu, que me achava tão gente, que enchia o peito pra dizer que eu sei dos meus privilégios, que eu reconheço o outro, não consigo aceitar o diferente que tá do meu lado. não consigo enxergar o outro tão perto de mim. o marido da tia, a mulher do primo, a filha torta da prima. gente que seguiu outro caminho, que teve outra criação, que não teve as mesmas oportunidades que eu. gente que e s c o l h e u ser diferente de mim. eu não consigo tolerar. "se você gosta de azul, deixe que as pessoas gostem de rosa". eu só consigo ter empatia com um outro ideal, um coletivo imaginário, bem distante de mim. porque a mulher do meu primo, aquela, eu quero esfregar a cara no asfalto. que bosta de pessoa eu virei.

quarta-feira, 29 de abril de 2015

psiquiatra mandou eu retomar as amizades. sair, conhecer gente nova. ele acha que um dia eu vou sentir falta dessa fase. eu fiz que sim porque já cansei de tentar explicar. eu não sou boa em conviver. interagir, pra mim, é desgastante, exaustivo. me consome uma energia que não tá tendo. o que eu vou sentir falta mesmo é de dormir o dia inteiro e escrever de madrugada, ouvindo katy perry e me entupindo de chocolate. isso sim é vida.

*roar*

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

"meiga", eles disseram. me descreveram como "meiga", todos eles. eu, que sempre me achei grossa, mesmo cruel, às vezes. eu não entendo. são pessoas completamente diferentes, quem eu acho que sou, quem as pessoas acham que eu sou, quem eu descrevo aqui. não bate, não fecha. isso sempre me perturbou, mas sempre vinha uma crise maior e passava. eu seguia. mas aí o "meiga". eu não sem mais quem é de verdade. a menina meiga, que cora de vergonha ouvindo conversa suja. a vadia bêbada que rasteja por migalha de afeto. a velha amarga carcomida por rancor. eu não sei mais em quem acreditar. não sei mais quem é real.

sábado, 17 de janeiro de 2015

sofri uma tentativa de assalto. estava em são paulo, a trabalho. tinha acabado de sair do hotel, domingo 7h da manhã, pra ir pra faculdade. o cara chegou por trás, eu não percebi. o cara falou baixinho: 'moça, eu só quero seu telefone'. achei que era cantada. 

pausa pra vocês rirem. 

apertei o passo e disse que tava trabalhando. cara falou grosso que 'também tava trabalhando, tá achando que isso é brincadeira'. mostrou alguma coisa prateada debaixo da blusa. só então eu percebi. dei uma parada brusca, um passo pra trás. e eu vi o outro cara. o primeiro maluco gritando pra passar a grana. eu corri pro meio da rua, gritando por socorro. entrei na frente de um carro. maluco correu atrás de mim. 'agora vou te matar'. e me jogou gasolina. consegui chegar do outro lado da rua e pedi ajuda pra um senhor. olhei pra trás e o maluco tava parado no meio da rua, me olhava feito um bicho. parei um táxi que vinha vindo e aí eu desabei.

as pessoas me falavam daquela rua, de como era perigosa etc. assim, não ajuda muito. é como dizer que eu estava pedindo pra ser assaltada por estar ali. alguém me disse que, se não tinha levado nada, então tá tudo bem. porra, gente. não tá tudo bem. me levaram meu sossego, minha tranquilidade de andar na rua sozinha. não tá tudo bem.

acho que eu apaguei alguns pedaços, as coisas foram voltando aos poucos. levei um tempo pra lembrar de tudo. to contando agora pra tentar enterrar tudo de uma vez.