quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

to dormindo mal e comendo feito uma pata que vai virar foie gras. porque to sem remedinho. três noites que eu bebo e assisto filme ou maratono série. porque eu esqueço. hoje resolvi ver o filme do infiltrado na kkk e, puta merda, me fudeu a cabeça. devia ter bebido outra garrafa de lambrusco.

sábado, 22 de dezembro de 2018

eu devia beber todo dia. as bolhinhas, eu devia ficar bêbada todo dia.

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

vi alguém comentando no twitter da tristeza de ter sido uma criança prodígio, crescer, perder oportunidades porque depressivo e se descobrir um adulto medíocre. não fui prodígio, mas sou privilegiada, tive um caminho suave e estou na merda hoje. queria botar tudo na conta da doença, mas preciso reconhecer que sou só medíocre. vamos admitir.

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

tava aqui pensando nas cenas de aeroporto que vi semana passada. vi homem falando dos peitos da comissária como se ela fosse uma vaca (eu tinha um professor na biologia que fazia o mesmo: "boa inserção mamária"). vi homem discutindo com atendente (mulher), esbravejando, ameaçando, dando carteirada ("meu cunhado é piloto"), porque o bonito não podia sair do celular para embarcar. quando o avião não pousou no destino por causa do tempo e descemos em outro estado, vi homem crescendo pra cima de atendente (mulher), com dedo em riste. vi homem tentando calar mulher. vi homem desrespeitando mulher. e me lembrei que eu, adolescente, achava horrível minha prima chamar os caras de "escroto". como assim, ela não sabe o que significa? hoje eu acho que não tem termo melhor para qualificar homem de merda: macho escroto. pior que macho escroto é macho escroto que vem em bando. pior quando envelhecem, macho escroto velho. ainda pior, um bando de macho escroto velho. escrotos, todos. tava pensando nisso e me lembrando que, semana passada, vizinha evangélica ouvia pregação no rádio sobre a promiscuidade da mulher do século 21, essas 'cachorras'. ela, tratada feito lixo pelo marido pastor. e agora, enquanto tentava estudar, ouvia a filha dela reclamando da escola da criança, que fez uma apresentação ou algo do tipo que incluía casais homossexuais. a professora é "vagabunda", "safada" porque está ensinando "tudo o que não presta", mostrando "um monte de viado". "somos todos iguais o caralho". mas, diz o marido, agora as pessoas denunciam no facebook, nos grupos 'essa safadeza'. eu não sei. eu sou privilegiada. sou mulher, o que é uma bosta nesse mundo de merda, mas sou privilegiada. penso nas pessoas que resistem. que precisam lutar diariamente para sobreviver para serem quem são. por serem quem são. queria poder abraçar cada uma. a vocês, meu respeito e meu amor.

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

tava lendo umas notícias aqui e lembrei de uma conversa com duas colegas. a gente tava discutindo alguma questão feminista, como igualdade salarial ou qualquer coisa do tipo. e a moça tava indignadíssima porque aff POR QUE TAMO FALANDO DISSO AINDA?? ESTAMOS NO SÉCULO 21!!!11
eu quis explicar que a sociedade não necessariamente evolui com o passar do tempo, que o progresso não necessariamente acompanha a linha temporal. que, agora, por exemplo, estamos voltando ao século 18. mas eu não tenho mais saúde. se virem aí. 

segunda-feira, 16 de julho de 2018

duas lições do meu terapeuta:
1) entenda que você não é obrigada a nada;
2) aprenda a mandar tomar no cu.

eu tenho alguns problemas com (1) porque: desempregada, morando com os pais. sou obrigada a certas coisas, sim. mas to trabalhando no (2). tomar no cu cês tudo.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

fui fazer o cadastro biométrico no cartório eleitoral. depois que fui atendida, tirei o RG do plastiquinho e botei o título novo (não sei, não perguntem). quando meus pais terminaram, resolvi conferir os documentos e: não conseguia encontrar o RG. fiquei doida. mobilizei todo o cartório pra achar meu documento. saí descaralhada da cabeça, já pensando que tinha que fazer bo etc. daí minha mãe foi olhar na minha bolsa e tcharan, meu RG do ladinho do título novo. eu não reconheci o rg fora do plastiquinho. fiquei nervosa, fiquei cega, não sei, não perguntem. daí lembrei de um causo que aconteceu no shopping em campinas. um casal desesperado porque o bebê recém-nascido desapareceu, foi sequestrado. família desesperada, polícia, tv. até que alguém resolve verificar o carrinho de novo e tcharan: bebê escondido na mantinha. ai, não devia, mas eu ri. eu passei vergonha, mas pelo menos não perdi um bebê. 

posso usar isso pra tudo na vida. atravessei dois estados pra fazer um prova e não estudei como fazer um projeto de lei que vai me eliminar do concurso. pelo menos não perdi um bebê. fui pagar hotel, cartão não passou. peguei táxi, cartão não passou. passei vergonha, mas pelo menos não perdi um bebê.

sábado, 27 de janeiro de 2018

eu to cansada de ser chamada de doida. to rindo porque to feliz: doida. to chorando porque to triste: doida. to falando o que eu penso e cri cri cri bola de feno rolando, pois: doida. to fazendo o que eu tenho vontade e: doida. pois então, eu sou doida. eu vou rir descontroladamente porque me lembrei de uma piada da época da internet discada. eu vou chorar por qualquer coisa a qualquer hora em qualquer lugar. eu vou ficar enfurecida com alguma mensagem porque não li direito e reagi exageradamente. e vou esquecer no dia seguinte. eu vou curtir você por um dia e te bloquear no outro porque eu reparei que você tem mãos pequenas ou pinta o cabelo. eu vou continuar falando todo pensamento torto que aparecer às 4 da manhã porque eu não consigo dormir. porque é meu jeitinho.
doida mesmo. louca de pedra. d o i d a.

(mas vocês já sabem disso.) 

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

pessoa chega nos app de paquera que nem peão de obra.
depois não sabe por que tá solteira.

domingo, 7 de janeiro de 2018

a primeira vez foi um acordar. reviver. desmontar. eu renasci, me descobri, me apaixonei, me perdi. voltei e voltei pro mesmo lugar, pro mesmo vazio. e quis morrer de novo. levou um tempo pra perceber que eu tinha que voltar. eu voltei e me redescobri, me reconstruí, me reaprendi. me fartei de mim. e eu quis viver. porque tudo acaba, eu tive que voltar, de novo. mas agora eu sei que não posso ficar. 

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

comecei o ano passado bêbada, vomitando, chorando largada no chão do banheiro. este ano eu estava assistindo black mirror e tomando lambrusco. achei vantagem.